Cair na escuridão de um penhasco de desilusões

A tua ausência dói, dói mais do que tudo e posso repetir incessantemente que te amo, que tenho saudades tuas, dos nossos momentos mas isso de nada servirá. Acima de tudo o que mais dói é saber que tudo o que tinha como certo não passa agora de uma mentira, acordei de um sonho que pensei ser eterno e agora a unica coisa que queria era voltar a dormir, sonhar contigo, com os nossos momentos que pensei serem reais, voltar a viver num sonho irreal e não voltar a acordar.
Custa aceitar que nunca mais te vou ter, mais ainda, que nunca te tive realmente. Nunca gostei de culpar ninguém por nada, porque eu não sou ninguém para te julgar, mas digo com toda a certeza que a culpa foi tua! Tu foste o culpado de me fazeres amar-te, foste o culpado de me fazeres sentir por ti o que tu nunca sentiste por mim.
Tudo permanece igual: o sol nasce todas as manhãs e põe-se todas as noites mas o meu sorriso nunca mais foi, nunca mais será o mesmo sem ti a meu lado. Tudo pode permanecer igual mas eu não sou nem nunca mais serei a mesma. Posso até fingir que tudo está bem, posso rir, posso fingir que me divirto mas o meu sorriso genuíno está aprisionado a ti.
O vento continua a soprar cada vez com mais força, e a cada dia que passa leva o teu amor para mais longe de mim, torna-te, a cada momento, mais impossível de alcançar e dos meus olhos caem lágrimas que só secaram com o calor do teu beijo, com a segurança do teu abraço, com a doçura do teu sorriso.
Por mais palavras que eu consiga arranjar, não há no dicionário palavras suficientes para descrever o que eu sinto por ti, o quanto eu te amo...
Antes de te conhecer, eu era apenas uma simples menina perdida na enormidade do mundo procurando encontrar-se e, quando te encontrei a ti, encontrei-me a mim e, de repente, aquela menina encontrou a mulher dentro de si, encontrou-se, aquela menina inocente perdida no mundo aprendeu a amar, aprendeu a caminhar a teu lado de olhos vendados sem olhar para o rumo que tomava. Mas de repente essa menina-mulher que num mês aprendeu a amar, num segundo viu o caminho que tomava por certo acabar e deu de caras com um penhasco e aquela mão que ela segurava com tanta convicção, cheia de promessas deixou-a perdida na escuridão e então essa menina aprendeu que o amor só levava a um caminho, ao penhasco, à escuridão, à desilusão.
Deixaste-me sozinha quando mais precisava de ti, perdida...